- Deslize suas mãos para dentro de mim. Encontre o bebê e o vire. Suspeito que ele esteja tentando vir ao mundo do lado errado.
Olhando para baixo por entre as pernas dela, ele estremeceu. – Minhas mãos nunca se ajustarão aí.
- Ajustarão sim. – ela insistiu. – Não se preocupe com o dano que me causará. Se eu tiver que morrer de qualquer forma, não há porque ser gentil. A criança. Eu quero que ele viva.
O homem levantou uma sobrancelha. – Ele?
- Um filho – ela garantiu – Na cesta ali no canto, há uma garrafa de bebida. Use-a para limpar suas mãos, mas não beba. – ela acrescentou, como se um pensamento a atravessasse. – Pelo menos não até ter feito o parto e me assassinado enquanto eu estiver deitada aqui fraca demais para me proteger. Então certamente pode celebrar sua coragem por ter matado uma mulher indefesa.
O homem franziu a testa para ela, mas se arrastou para o canto e encontrou a garrafa conforme ela o havia instruído. Dulce o observou espalhar o brandy em suas mãos. Ela também o viu olhar para a garrafa com desejo, quase tão lascivo quando o olhar de um homem para uma mulher bonita. Ele colocou a garrafa de volta no cesto e se juntou a ela.
O homem tirou o casaco, um casaco muito fino, ela notou, e enrolou as mangas da igualmente fina camisa.
- Pensei logo que a vi que você era corajosa – ele disse – Vejo agora que você simplesmente sofre de ignorância. Me implorar tão lindamente pela vida de seu filho, para depois me rebaixar logo em seguida não ajuda muito sua necessidade atual.
Dulce sempre teve uma língua afiada. Ela nunca foi ensinada a medir as palavras. Ela não era uma dama bem nascida, perita em boas maneiras e em como corar lindamente para encorajar um homem. Dulce geralmente dizia o que pensava sem se importar com as conseqüências. Não era como se as pessoas devessem pensar bem dela. As pessoas não pensavam bem dela desde que ela nasceu.
A dor espantou seus pensamentos. – Agora – ela arquejou. – Alcance dentro de mim e vire o bebê.
Ela sentiu a mão dele sondando-a, gentilmente no começo, então com mais urgência quando a dor a fez ofegar e lamentar. Ele estava certo, porém; apenas a presença de uma mão era quase mais do que ela podia suportar. As duas nunca caberiam.
- Eu o sinto – ele disse. – Sinto a cabeça, mas não está virada para cima.
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