Ela umedeceu os lábios, e ele notou o quanto eles eram perfeitos e rosados apesar dos abusos que ela havia cometido com eles. – Mas que tipo de homem será? –
Os olhos delas deslocados, oblíquos, quase felinos, o estudavam. – O tipo que consegue viver consigo mesmo mais tarde?
– ela se inclinou para frente e o cheirou. –
A bebida que sinto em seu hálito me dá a resposta a minha pergunta. Você se afogará nela. No final, você será ainda menos homem do que é agora.
O aperto de Christopher se fortaleceu ao redor do pescoço dela. Suas palavras o atormentaram. A verdade delas, ele supôs.
Ele bebeu um gole até mesmo hoje pela manhã quando mal havia levantado. Ele disse a si mesmo que era apenas para afastar a friagem dos ossos. Ele se dizia um monte de coisas desde que seu desejo por bebidas, e por mulheres, dominaram sua vida.
Debaixo dele, a mulher arfava de dor. Suas mãos se fecharam sobre as dele. Ela pressionava os dedos dele contra a própria garganta. – Por favor. – ela sussurrou.
Mulheres já haviam implorado pela misericórdia dele anteriormente, mas sempre porque estavam rendidas pelo prazer, nunca pela dor. Christopher tentou forçar os dedos a apertarem. Eles não o obedeciam. Era o bebê, ele disse a si mesmo. A bruxa tinha razão. A criança que ela carregava era inocente dos pecados da mãe. Christopher retirou as mãos da garganta dela. Através de olhos cheio de lágrimas, ela o fitou.
- Seja você o que for, não é tão mal quanto acabou de se tornar. – ela disse. – Você vai ficar aí sentado preguiçosamente enquanto nos assiste a sofrer por qualquer que seja o pecado que pensa que cometi contra você?
- Não – ele assegurou a ela. – Christopher se moveu para baixo, por entre as pernas dela. Era um lugar a que estava muito acostumado a ficar, mas as circunstâncias estavam além de sua compreensão. – Me diga o que fazer.
Dulce queria chorar quando o homem removeu as mãos de sua garganta. A recusa dele de acabar rapidamente com o seu sofrimento não a surpreendeu.
Homens, pessoas em geral, pareciam de gostar de vê-la sofrer. Ela era uma bruxa e não tentava disfarçar o termo chamando-se educadamente de curandeira, embora tivesse certa habilidade nessa área. Ela havia sido paga para lançar feitiços, ler a sorte, fazer partos. Sua mãe tinha sido uma bruxa e a mãe dela e assim era por séculos passados.
As pessoas evitavam Dulce durante o dia, mas então iam sorrateiramente à sua cabana na vila sob a proteção da noite.
Elas pediam poções para ficarem mais
atraentes, a chamavam quando um parto ia mal, para inúmeras coisas, mas ela sabia muito bem que se uma colheita fosse perdida ou se o tempo se tornasse ruim, ela seria a primeira a ser culpada.
Agora, quando tudo parecia negro e desesperador, seu coração se elevou com a esperança. Ele a ajudaria...o que não fazia sentido se ele também planejasse matá-la. Dulce não se importava de morrer, mas o bebê, o inocente que se formara devido ao ato sujo cometido contra ela enquanto jazia inconsciente na mansão do grande senhor, não tinha culpa pelos seus pecados, ou pelos do pai.
Ela pensara que Lorde Cantley houvesse mandado esse homem para matá-la - para dispor da criança a fim de que ele um dia não ameaçasse a coroa – mas o estranho tinha suas próprias razões para querê-la morta. Ela aceitaria sua ajuda agora e faria as perguntas depois.
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