O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciou sua intenção de concorrer à reeleição na próxima eleição presidencial, que ocorrerá em novembro de 2012.
A expectativa é de que Obama seja confirmado como o candidato pelo Partido Democrata na convenção do Partido no ano que vem.
Do lado do principal partido de oposição no país, o Republicano, também já começam a surgir nomes de políticos que estão deixando claras suas intenções de disputar a Presidência americana.
O principal deles é Sarah Palin, candidata a vice-presidente na chapa liderada por John McCain em 2008, quando Obama foi eleito.
A BBC preparou uma lista com alguns dos outros nomes contados para a candidatura republicana.
Mitt Romney
O abastado ex-governador do Massachussetts já tentou a candidatura em 2008, mas sua fortuna, construída no setor da estratégia corporativa, não foi o bastante para superar os problemas de sua campanha: mensagens inconsistentes, mudanças de políticas e tratar a campanha mais como um evento de marketing do que político.
Sua estratégia foi bastante criticada entre colegas republicanos e culminou em um debate em New Hampshire onde todos os oponentes pareciam estar combatendo-o. Outra crítica é a religião mórmon, vista negativamente por parte do eleitorado.
Romney parece ter aprendido as lições de 2008 e tenta transmitir a imagem de candidato amadurecido. Ele cortejou importantes figuras do partido em Estados fundamentais como a Carolina do Sul e New Hampshire, seu atual domicilio eleitoral. Ele angariou verbas para vários candidatos, acumulando crédito dentro do partido, e tem reputação de ser trabalhador e leal.
Romney escolhe suas aparições públicas cuidadosamente, fazendo declarações apenas em assuntos considerados nacionais, como o envolvimento americano no Afeganistão, evitando as discussões internas do partido. Sua carreira, especialmente a capacidade de reverter a sorte de empresas problemáticas, pode ser um grande trunfo se a economia continuar ocupando espaço principal em 2012.
Mas Romney tem obstáculos a superar, especialmente uma gestão considerada moderada como governador do Estado de Massachusetts, coisa que não cai muito bem entre muitos eleitores conservadores. Ele deve ter dificuldades especialmente ao explicar sua proposta de reforma do sistema de saúde do Estado, muito parecida com o plano aprovado por Obama em 2009 sob forte oposição republicana.
Tim Pawlenty
O ex-governador de Minnesotta é o único até o momento a ter oficialmente se declarado pré-candidato junto a Comissão Eleitoral Federal dos Estados Unidos.
Ele chegou perto de ser escolhido vice de John McCain em 2008, mas foi preterido em favor de Sarah Palin. Pawlenty não concorreu a reeleição para governador em 2010, aumentando a especulação de que tentaria o pleito presidencial em 2012.
Pawlenty passou boa parte dos últimos tempos fazendo campanha e levantando fundos para candidatos republicanos, o que aumentou nacionalmente sua rede de apoio.
Suas mais famosas declarações sobre políticas nacionais têm sido a respeito do sistema de saúde, opondo-se fortemente à proposta de Obama, mas de forma menos sensacionalista que muitos de seus colegas.
Ele argumenta que rejeitaria a lei, apoiando ao invés uma versão que manteria alguns dos elementos propostos por Obama.
Seu maior problema é a falta de um nome reconhecido nacionalmente e carisma, contra candidatos como Palin. Mas ele é um conservador e um cristão com um currículo político sólido, o que o torna um concorrente real.
Mike Huckabee
O ex-governador do Arkansas Mike Huckabee já foi pastor batista, o que pode explicar seu carisma na pré-campanha republicana de 2008. Ele tocou baixo em uma banda, contou piadas e falou abertamente sobre sua luta contra a balança - Huckabee perdeu 50 kg e se tornou um corredor de maratonas.
Huckabee venceu o chamado caucus de Iowa - uma das disputas eleitorais mais importantes das primárias presidenciais nos Estados Unidos - mesmo tendo bem menos recursos do que Romney. Mas foi considerado um novato cuja falta de reconhecimento nacional foi considerado um problema.
Sua trajetória política também foi considerada inconsistente. É considerado um conservador, mas suas posições sobre os imigrantes, por exemplo, não são consideradas tão duras quanto a de seus oponentes.
Sua gestão como governador também não foi considerada muito conservadora em termos fiscais.
Atualmente ele tem um programa de entrevistas na rede de TV americana Fox News - o principal veículo da direita americana na televisão -, o que lhe dá uma plataforma para falar a seus eleitores. Mas, em uma época em que a economia tem tanta importância, sua falta de credenciais nessa área pode ser um problema na hora de angariar apoio entre os republicanos.
Newt Gingrich
Gingrich já foi presidente da Câmara dos Representantes e já sugeriu que poderia concorrer em eleições passadas, mas nunca o fez, embora agora muitos comentaristas digam que agora ele tem chances reais.
Ele é muito respeitado por ter liderado os congressistas republicanos quando acabaram com 40 anos de oposição, em 1994.
Mas, como um de seus pontos fracos, críticos apontam sua tendência a ser temperamental, qualidade que os americanos não consideram desejável para seus presidentes. Ele já fez várias declarações consideradas pouco diplomáticas.
Sua vida pessoal também pode representar problemas. Sua primeira esposa o acusou de ter se divorciado quando ela se recuperava de um câncer no hospital e ele mantinha um relacionamento com uma funcionária (que depois se tornaria sua esposa).
Nessa mesma época ele liderava o processo de impeachment contra o então presidente Bill Clinton por causa do caso com Monica Lewinsky.
Haley Barbour
O popular governador do Mississippi, Haley Barbour, não é tão conhecido nacionalmente como alguns de seus oponentes, mas é considerado um político habilidoso.
Quando muitos conservadores estavam descontentes com os grandes gastos cometidos pela administração de George W. Bush, Barbour era citado como uma história Republicana de sucesso.
Ele cumpriu as promessas em dois temas fundamentais, os cortes públicos e modificar as leis contra erros médicos no Estado.
Contra ele é apontado o fato de ter sido um lobista em Washington, atividade que se tornou bastante impopular nos últimos anos.
Outros nomes
O governador de Indiana, Mitch Daniels, é um conservador bastante elogiado por seu desempenho na área econômica. Mas ele não transmite muito entusiasmo em relação a temas sociais como o aborto, casamento gay e pesquisas com células-tronco, que podem dominar as primárias.
A popularidade do senador por Dakota do Sul John Turne vem crescendo nos círculos republicanos. Mas ele votou a favor do pacote de resgate financeiro proposto por George W. Bush em 2008, decisão que repercutiu mal entre eleitores republicanos.
Chris Christie, governador de Nova Jersey, vem cimentando uma reputação como político que cumpre as promessas que faz. Mas ele costuma ter ideias próprias a respeito de vários temas e não está claro qual será a reação dos republicanos a ele.
Acredita-se que o congressista libertário texano Ron Paul tentará mais uma vez a Presidência. Seu tipo de conservadorismo não é o mais comum, mas deve manter o debate aceso e provocar seus adversários.
Blog SBT Noticias | G1
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